Você quer perder peso? Bem, não procure mais soluções! Eu costumava pesar 100 kg antes de testar esse método, e agora eu diminuí muito: eu mal consigo passar da primeira dezena!
Eu costumava ser chamada de "Fran Balofa" pelos meus colegas da escola. Eles costumava apontar pra mim e gargalhar, enquanto eu abaixava minha cabeça, envergonhada.
Quando minha turma fazia uma excursão, eu tinha que me sentar sozinha, não só porque eu não tinha amigos, mas porque todo o meu corpo ocupava um banco para três pessoas. Os alunos jogavam seu lixo na minha cabeça, como se eu fosse uma lata de lixo, dizendo que eu comeria qualquer coisa que me dessem.
Eles estavam certos. Todos estavam. Eu era um ser humano gordo, feio e nojento. Eu chorava até dormir todas as noites e me perguntava, por que eu não posso ser como eles? Por que eu não podia ser como a garota da propaganda, aquela que usava um biquíni vermelho com um sorriso no rosto. Ela estava feliz porque era magra. Eu estava triste porque era gorda. Eu estava cansada de ser gorda. Eu olhei nos olhos da garota e cuspi na cara dela. Eu ia ser como ela. Eu ia ser melhor que ela.
Eu me entupi de donuts, bolo e tudo mais que eu pudesse comer para ganhar peso. Eu comi até meu estômago estar tão cheio que eu sentia que ele ia explodir. Eu comi até cair de exaustão na banheira. Não importava o que eu tinha comido. Eu podia comer o que quisesse. Eu jamais serei gorda de novo.
Eu segurei a faca brilhante na mão, balançando-a graciosamente em frente ao meu rosto. Aquela era a solução para todos os meus problemas. Aquela faca escavaria fora toda a gordura do meu corpo, e deixaria apenas uma menina linda, magra e feliz. Eu posicionei a faca sobre a minha barriga. Era aquilo que eu tinha que fazer. Era ali que toda a minha gordura estava contida.
Eu enfiei a faca fundo o suficiente para que só o cabo ficasse de fora. E eu a arrastei para o outro lado do meu abdômen. Minhas entranhas saíram de lá junto a uma avalanche de sangue. O som "plop" que minhas vísceras fizeram ao caírem na banheira me fez sorrir. Eu estava feliz de novo, toda a dor havia ido embora.
Depois disso, fui para minha cabeça. Eu nunca gostei do quanto ela era redonda, me fazia parecia mais gorda ainda. Eu puxei minhas bochechas e as cortei fora, deixando a pele e a carne caírem na banheira junto com o que eu tinha tirado da minha barriga.
Eu não estava nem na metade do caminho. Não - tinha muito mais gordura para remover. Eu tinha que ser exatamente como a garota na propaganda. Eu tinha que ser magra.
Eu fui para meus braços, pernas, e tudo mais que tinha sobrado, ainda com a garota da propaganda em mente. Uma vez que eu tinha terminado de tirar cada pedaço visível de gordura, eu dei um jeito de ficar em pé na banheira. Meus pés pisavam a pele, vísceras, carne e sangue, fazendo um barulhinho estranho de espremer.
Eu ri quando quase escorreguei na poça de sangue que cobria o chão ladrilhado do banheiro. Engraçado como algo tão repugnante podia produzir algo tão bonito. Minha aparência no espelho era inacreditável. Eu estava completamente diferente: os resultados foram positivos. Eu parecia estar setenta quilos mais magra! Eu estava magra. Nada mais importava. Nem mesmo os ossos saindo da minha pele, nem o exoesqueleto cobrindo visivelmente minha face, nem o sangue caindo do meu olho deslocado em sua órbita, nem a minha boca torta e cortada ao meio, revelando meus dentes brancos, que se curvava em um sorriso.
É bom ser magra. Eu finalmente podia ser feliz. Eu sorri como a garota da propaganda e pisquei para o meu reflexo. Eu rodopiei alegremente. Eu estava tão linda. O som da campainha interrompeu minha diversão. Devem ser os garotos - se enfileirando para terem uma chance de sair comigo - a garota da propaganda. Sim, sou eu! A garota magra, linda e maravilhosa.
Eu dancei alegremente até a porta, ignorando o som incessante da campainha e das sirenes. Eles devem estar ansiosos para me encontrar. Corei - Eu sou assim tão bonita? Eu abro a porta com o mesmo sorriso no rosto, não posso franzir a testa ou todo o meu rosto cairia. Mas eu não tenho motivos para franzir a testa. Era a polícia. Até a polícia queria dar uma olhada em mim! A policial me surpreendeu - o que ela estava fazendo ali? Talvez ela quisesse descobrir o meu segredo para perder peso. Ela estava um pouco cheinha. Nós, garotas magras, não revelamos nossos segredos a gente como ela. Mas o policial à direita dela... ele estava delirante.
Ele estava gritando, e falando com seu comunicador. Eu não consegui entender direito o que ele dizia, porque uma das minhas orelhas havia caído, mas eu consegui ouvir as palavras "pele", "ambulância" e "horrível".
Por um momento, eu me senti tonta. Tentei ignorar, mas antes que eu pudesse me sentar eu desmaiei nos braços do policial. Minha técnica de emagrecimento havia funcionado. Ninguém jamais ia me chamar de "Fran Balofa" de novo.
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