segunda-feira, 13 de julho de 2015

Amor de Mãe

Você acorda no meio da noite. Sua gata está confortavelmente aconchegada atrás dos seus joelhos, e o peso do seu cobertor aquece agradavelmente o seu corpo cansado. Você suspira alegremente. Quando está prestes a cair novamente no sono, sua gata sibila, corre freneticamente para fora de sua cama e se esconde atrás das cortinas.



Ela nunca agiu de maneira tão estranha antes, e isso chateia você. Você olha ao redor do quarto, procurando por algo que possa tê-la assustado, mas nada parece fora do normal. Você fica parado, atento para algum som estranho. Tudo o que você ouve é o baralho da sua gata bebendo água de sua tigela no corredor, fazendo aquele slurp nojento que sempre te perturba. Aliviado, você se deita de novo e puxa o cobertor até o queixo.

Mas, antes de fechar os olhos, você vê a silhueta escura de sua amiga felina embaixo da escrivaninha, com as costas curvas e o pelo eriçado. Você tosse com o susto. Se não é sua gata bebendo água, o que está fazendo aquele barulho?

Lentamente e tão silenciosamente quanto pode, você sai da cama. Mas, por mais que você tente, a madeira da cama faz um barulho alto. Você congela. O barulho de slurp para por um instante antes de continuar. As dúvidas de que isso poderia ser apenas sua imaginação começam a ir todas embora.

Sentido o coração bater com força em seu peito, você vai na ponta dos pés até a porta. Você dá um passo para fora do quarto e olha na direção da tigela da sua gata, do outro lado do corredor. E então você a vê.

Sua mãe, apoiada nos joelhos e cotovelos, Seus membros estão longos e magros, e os dedos ossudos. Seus fios descabelados cobrem sua face pálida e distorcida; sua pele está esticada contra as maçãs do rosto. Ela lambe freneticamente a água na tigela da sua gata, com uma língua negra como carvão e com o dobro do tamanho normal.

De repente, ela para. Sua face se volta lentamente para você. Ela olha bem dentro dos seus olhos; suas pupilas, dois pontos imóveis de malícia.

Você pula em pânico e corre de volta para seu quarto enquanto sua mãe galopa nos 4 membros em sua direção. Você fecha a porta atrás de você, momentos antes dela começar a sacudir com força: fortes batidas ecoam pela casa. Você rapidamente joga seu corpo contra a porta e a bloqueia. Toda a moldura da porta treme vigorosamente, mas você segura firme.

Então, as batidas param.

Após alguns segundos de um silêncio excruciante, a maçaneta começa a girar.

"Querido, está tudo bem?" Você ouve a voz suave da sua mãe do outro lado da porta. "Por que você fechou a porta? Estou preocupada... por favor, filho, me deixa entrar..."

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